segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Qual o diagnóstico ??

Paciente de 41 anos, feminina, ASA III por quadro de insuficiência cardíaca, sem história de eventos tromboembólicos prévios, em programação eletiva para hepatectomia devido a hepatocarcinoma. Indicada utilização do eco transesofágico para monitorização da reposição volêmica.
Abaixo vemos um corte que evidencia as câmaras direitas, com o multiplano a zero graus e com o eixo do transdutor rodado para direita. Chamamos a atenção para a estrutura indicada pela seta. No filme vemos o resultado da injeção de microbolhas pelo cateter central.





6 comentários:

  1. Alex,
    Essa eu vou ficar devendo... Será que vc pode contar qual é o diagnóstico?
    Carol

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  2. Isso seria uma perfusão miocardica com microbolhas causada por Insuficiência Coronariana??
    Patrícia

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  3. Alex, a identificação da estrutura depende da altura do corte e da posição do catéter central.
    1- Se o corte for alto (perto do teto do AD) e o catéter estiver no meio do AD esta estrutura pode corresponder à crista terminalis (estrutura que separa a porção venosa da porção trabeculada do átrio).
    2- Se o corte for baixo (perto da VCI) e o catéter estiver no meio do AD, esta estrutura pode corresponder à válvula de Eustáquio.
    A segunda hipótese é menos provável.

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  4. Dra Carol, muito obrigado pela participacao,desculpe a demora em responder. Espero contar sempre com os seus posts.
    Veja o diagnostico no post para o Dr Castillo (Jose).
    Obrigado mais uma vez.

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  5. Dra Paty Bertolini, muito obrigado pela participacao.
    Se possivel gostaria de saber como voce descobriu o blog e qual sua area de atuacao.
    Na verdade as microbolhas que voce ve no filme sao utilizadas como meio de contraste para investigar a anormalidade anatomica em questao. Esse eh um recurso muito utilizado na investigacao de algumas situacoes, como por exemplo na pesquisa de foramen oval patente.
    Muito obrigado pela participacao.

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  6. Caro Dr Castillo, muito obrigado pela participacao. Comentario extremamente relevante e didatico. Peco desculpas pois deveria ter colocado uma nota a respeito da altura do corte, no caso, esse corte eh baixo( perto da VCI).
    Após a realização do exame detalhado de acordo com nossa rotina, evidenciamos no corte quatro câmaras uma estrutura dividindo o átrio direito (imagem do port-o-catch ?). Ao investigarmos o achado com o corte bicaval percebemos que se tratava da válvula de Eustáquio prolongada. Fizemos a injeção de solução salina agitada pelo cateter central ( colocado na veia jugular interna esquerda, ja que na direita estava o outro cateter) que foi visto imediatamente preenchendo a cavidade abaixo da membrana, apenas com pequena passagem para o compartimento acima da membrana, que se comportava como uma válvula unidirecional (filme), o que nos levou ao diagnóstico de separação do átrio direito pela válvula de Eustáquio.
    Diferentes condições clínicas podem estar associadas à persistência da válvula de Eustáquio. O comprimento médio da válvula encontrado na maioria das pessoas é de 3,6mm, podendo variar entre 1,5 e 23mm. Ela pode persistir como uma estrutura alongada e móvel, ou então fixa, como neste caso, onde observamos sua origem na veia cava inferior e outro ponto de fixação logo acima do seio venoso coronário. O diagnóstico diferencial quando a válvula parece dividir o átrio, como no nosso caso, deve ser feito com o cor triatrium, ou com um cateter mal posicionado dentro do átrio. Algumas manifestações clínicas que podem ocorrer são: cianose, se a paciente for portadora de um defeito do septo interatrial e desviar o sangue não oxigenado proveniente da veia cava inferior para o átrio esquerdo ou embolias paradoxais, na presença do forâmen oval patente, que felizmente não foi diagnosticado na paciente. No nosso caso a principal preocupação foi alertar o médico responsável da paciente para a associação de fatores predisponentes a endocardite e formação de trombos, pois além do cateter venoso central a paciente possuía um cateter de longa permanência para a quimioterapia.
    Muito obrigado pela participacao e pela atencao.
    Abracos.

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